Gradualmente, o panorama foi mudando. 1981 foi um
marco significativo: a ONU - Organização das Nações Unidas decretou que esse
era o Ano Internacional das Pessoas Portadoras de Deficiência (AIPPD). Parece
que um farol se acendeu: a sociedade se deu conta que havia pessoas com
deficiência e que eram muitas. A visibilidade recém adquirida, com respaldo da
ONU, estimulou a mudança de atitudes: organizações DE pessoas com deficiência
foram criadas; o tema foi matéria de jornais, televisões e rádios; direitos
foram conquistados; as pessoas com deficiência puderam fazer soar sua voz e
expressar desejos e vontades. Ou seja, começaram a sair da atitude de
imobilismo e perplexidade que o cartum mostra.
No bojo desta mudança, que se processa de forma gradual
e que até hoje está acontecendo, podemos destacar fatos e tendências. Um deles
foi a substituição do termo "barreiras arquitetônicas" por
"acessibilidade", invertendo o sinal das lutas e dos olhares: não era
"contra", era "a favor". Já havia passado o momento do
antagonismo, do grupo das pessoas com deficiência contra a sociedade toda.
Chegou o dia das pessoas com deficiência dizerem que queriam ficar junto com os
outros e, melhor ainda, isso começa a se tornar realidade.
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